Após ocupar Secretaria de Agricultura, sem-terra pedem diálogo com Agnelo

Os líderes do movimento reivindicam a revisão da distribuição de terras no Distrito Federal.  (Wilson Dias/ABr)
Os líderes do movimento reivindicam a revisão da distribuição de terras no Distrito Federal.
Cerca de 500 agricultores ligados à Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) ocupam o prédio da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal desde o início da manhã desta quarta-feira (21/03). O grupo afirma que só deixará o local após ser atendido pelo governador Agnelo Queiroz. A água foi cortada do edifício e o secretário adjunto, Nilton Gonçalves Guimarães, informou já ter pedido a reintegração de posse junto à Procuradoria Geral do DF.

Os agricultores afirmam possuir suprimentos para, pelo menos, dois dias de manifestação. A invasão se deu de forma ordenada e começou a partir das 6h30, quando o grupo se aproveitou da entrada de um funcionário para iniciar a ocupação. As famílias que ocupam o prédio foram orientadas a evitar danos ao patrimônio da secretaria. “É um movimento organizado para que as terras sejam destinadas a quem é da roça, não aos ‘grileiros’ que mandam no Distrito Federal”, disse Jéferson Getúlio de Melo, um dos líderes da ocupação.
Além do diálogo com Agnelo, o grupo espera que terras públicas que totalizam cerca de 30 mil hectares sejam repassadas a aproximadamente 2 mil famílias, em Brazlândia, Planaltina e São Sebastião. “Há um mês fazemos manifestações, mas ainda não houve sinal de negociação por parte do governo”, informou Ariolino Ferreira da Costa, coordenador das bases sociais da Fetraf, que desconsiderou a hipótese de negociar com o secretário de Agricultura, Lúcio Valente. “Nossa ocupação seguirá por tempo indeterminado”, afirmou Ariolino.

Nenhuma ocorrência foi registrada no local da ocupação. Duas viaturas da Polícia Militar acompanharam a movimentação e o delegado Rodrigo Bonach, titular da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), foi ao local. “Vamos monitorar o movimento, mas, por enquanto, é uma manifestação de cunho cível, que não entrou na esfera criminal. Entramos no caso se houver crime de dano ao patrimônio público, por exemplo”, explicou o delegado-chefe.

Fonte: CorreioWeb

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